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Um diálogo sobre o preconceito de gênero no meio acadêmico

Ressalva: Uma amiga reclamou-me de que o texto tem foco maior em algumas áreas do conhecimento, desprezando outras, como as Ciências Humanas e a Filosofia. Desde então, portanto, peço desculpas, pois não consegui achar referências que apontassem para tais, entretanto, sugestões de alterações serão sempre bem-vindas, desde que devidamente fundamentadas. 

Gostaria de agradecer ao meu amigo Rony Marques, também membro da equipe do Universo Racionalista, por ter me fornecido dados que contribuíram ainda mais para a boa elaboração do texto.

Um amigo, há muito tempo, recomendou-me que eu escrevesse um texto abordando tal tema, no entanto, apenas prometi, mas nada cumpri. Pouco tempo atrás, o mesmo amigo mandou-me um vídeo do Nerdologia, no qual constava um artigo científico como referência que demonstrava os reflexos de uma sociedade sexista dentro da academia.

Antes de começar a estruturar um raciocínio, gostaria de afirmar que sim, nossa página é sobre Ciência e Filosofia, contudo, além de tudo, somos humanistas. Segundo a União Ética e Humanística Internacional, o humanismo é definido como “uma postura de vida democrática e ética que afirma que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas. Defende a construção de uma sociedade mais humana através de uma ética baseada em valores humanos e outros valores naturais dentro do espírito da razão e do livre-pensamento, com base nas capacidades humanas” [1]. Sendo assim, a discussão sobre as desvantagens de gênero promovidas sob o meio científico (ou, sendo mais restrito, no campo acadêmico) é uma obrigação de nossa parte e, ao invés de determinar uma posição política (como alguns deverão achar), propõe uma posição Ética, baseando-se nas normas mertonianas, principalmente, no universalismo, segundo o qual a validade científica é independente dos atributos sociopolíticos dos seus participantes, promovendo a igualdade de oportunidades entre tais.

Ainda, cabe ressaltar mais duas coisas: não me deterei a abordar as questões de natureza do gênero, já que esse não é o objetivo, mas expor, com um caráter crítico, os preconceitos que o norteiam e tentarei guiar meu artigo com base em artigos fornecidos por fontes confiáveis, por mais que muitos tenham relatos que possam confirmar algo.

Sabe-se, naturalmente, que todas as pessoas possuem comportamentos que podem ser determinados pela genética. A genética comportamental já estabelece leis que descrevem isso, e primeira delas diz: Todos os traços comportamentais são herdáveis (isto é, são afetados, em algum grau, pelas variações genéticas) [2]. Dessa forma, seria de se esperar que cada gênero possa ter, de certa forma, algumas características peculiares, como a prevalência de pensamento intuitivo em um deles e, consequentemente, a escolha de determinados ramos do conhecimento, como bem referenciado pelo documentário Hjernevask  [3]. Provavelmente, há diferenças entre gêneros no que diz respeito aos sistemas de seu corpo, e o sistema nervoso não é uma exceção [4] [5], por mais que um artigo mais recente tenha afirmado que essa diferença talvez não seja tão grande quanto se pensa [6].

Isso tudo implica um pensamento de que há tendências naturais dos gêneros escolherem determinadas áreas do conhecimento em detrimento de outras. No entanto, é possível sugerir que também haja aspectos sociais envolvidos nisso, de modo que façam com que mulheres, em geral, optem por escolher áreas que não estejam relacionadas a, por exemplo, ciências formais [7], o que pode traduzir, além de uma inclinação biológica, um produto do meio social. Um estudo [8] sugere que, em matemática, influencias ambientais fortes são determinantes maiores para a lacuna entre homens e mulheres que as bases biológicas. Ainda, ele conclui que “as barreiras para a participação intensiva em campos de ciências acadêmicas de matemática estão enraizadas em fatores pré-colegiais”, por mais que, logo após, neguem que barreiras históricas sejam mais determinantes do que isso.

Você pode até insistir no argumento de que a inclinação biológica é mais forte, então, para isso, eu trouxe um relatório da Sociedade Americana de Matemática [9] que, basicamente, refere que os testes que costumavam afirmar isso falhavam por não terem requerido pensamento criativo e introspecção em conceitos matemáticos de alto nível, assim, eles não realmente identificavam crianças com habilidade alta extremamente alta na matemática. Também não podiam diferenciar crianças moderadamente ou profundamente dotadas em matemática. Ainda, falhavam em identificar crianças com tais habilidades que as tiveram “reprimidas” em função da falta de fatores ambientais.

Assim, os pesquisadores decidiram fazer uma análise mais acurada de mulheres com habilidades excepcionais em matemática e descobriram que o número é bem maior que o esperado. Por fim, propõem, além do investimento em garotos e garotas que tenham habilidades excepcionais, o aniquilamento do mito de que as mulheres são “menos capazes” que os homens no conhecimento matemático. Nas referências do artigo, há um livro que trata do mesmo assunto: Beyond Bias and Barriers: Fulfilling the Potential of Women in Academic Science and Engineering [10]. 

Já em um estudo de 1999 [11], uma amostra de estudantes da Universidade de Michigan como habilidades similares em matemática foi dividido em dois grupos: no primeiro, eles foram ditos que os homens se dão melhor em testes de matemática que as mulheres; no segundo, foi dito que não havia nenhuma diferença nisso. Ambos foram submetidos a um dado teste matemático e, no primeiro, os homens sobrepuseram-se às mulheres por 20 pontos, enquanto, no segundo, por apenas 2 pontos, o que pode explicar que a motivação que é dada sobre um gênero para determinada área é um fator determinante para o sucesso dele.

Na filosofia, também há uma presença majoritariamente masculina. Em 2015, os números indicavam que apenas 34,1% dos estudantes eram mulheres [12]. De forma mais específica, elas “são 38,4% dos graduados, 28,45% dos discentes matriculados na pós-graduação, 28,36% dos discentes da pós-graduação em geral, 20,94% dos docentes permanentes da pós-graduação, 19,95% dos docentes de pós-graduação em geral e 12,16% dos docentes que são convidados a participar de mais de um programa de pós-graduação. Se deixamos de lado este último número, que se refere mais a um prestígio pessoal do que a uma função profissional, temos que, entre a “base” (38,4%) e o “topo “(19,95%), a proporção de mulheres diminui em 48%, enquanto a de homens, desde o início maioria, aumenta em 29,95%, de 61,6% na base para 80,05%”.

Ainda na filosofia, nas funções discentes, por universidade, temos a seguinte porcentagem:

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Fonte: https://anpof.org/portal/images/Documentos/ARAUJOCarolina_Artigo_2016.pdf [12]

Na fonte dessa imagem, há vários outros gráficos e representações que enfatizam ainda mais a ausência de representatividade forte das mulheres nos cursos de filosofia.

Saindo da matemática e da filosofia e partindo para minha área, a medicina, é possível, também, observar um padrão de distribuição de gênero dentro de suas especialidades. Entretanto, no geral, a distribuição entre homens e mulheres dentro da profissão em si não me parece fora do normal: os primeiros constituem 57,5%; os segundos, 42,5%.

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Fonte: https://www.usp.br/agen/wp-content/uploads/DemografiaMedica30nov2015.pdf [13]

Já nas especialidades médicas, é possível observar que as mulheres são maioria apenas em 13 das 53 especialidades, o que representa cerca de 24%. 4 dessas 13 são consideradas especialidades básicas: Pediatria (69,63%), Medicina de Família (54,63%), Clínica Médica (50,96%) e Ginecologia e Obstetrícia (50,53%). Além disso, é possível observar uma predominância de mais de 60% em Dermatologia (72,90%), Genética Médica (66,50%), Endocrinologia e Metabologia (65,01%), em Alergia e Imunologia (60,83%) e em Infectologia (55,52%). Outras especialidades com predominância são Hematologia e Hemoterapia, Homeopatia (que é uma especialidade, mas que fique claro que é uma pseudociência e algo que sequer deveria estar envolvida com a medicina) e Patologia. [14] [15].

Por outro lado, os homens estão presentes, em grande, nas 40 das 53 especialidades, sendo uma maioria exorbitante em Cirurgia Cardiovascular (90,0%), do Aparelho Digestivo (91,4%), Torácica (93,5%) e Neurocirurgia (91,8%). Em Ortopedia e Traumatologia os homens são 95,0% e em Urologia, 98,8%. [15]. Nos Estados Unidos, observa-se um padrão semelhante [14]: Mulheres menos representadas em campos de Neurocirurgia, Ortopedia, Urologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Geral e Radiologia.

É relevante notar, mesmo assim, que o número de mulheres tem crescido exponencialmente conforme o tempo dentro da medicina. O gráfico seguinte mostra a evolução de registros de novos médicos segundo o sexo de 2000 a 2014.

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Fonte: https://www.usp.br/agen/wp-content/uploads/DemografiaMedica30nov2015.pdf [13]

A feminização da área médica é evidente, basta comparar com a quantidade de mulheres na profissão médica nos anos 40: não excediam 1% [17]. O pesquisador Mario Scheffer afirma “As mulheres médicas estão presentes em especialidades médicas essenciais, responsáveis pelo atendimento da maior parte dos problemas de saúde da população. Num sistema de saúde como o SUS, orientado a partir da atenção primária, isso pode ser benéfico” [187]. Entretanto, apesar disso, o aumento da presença das mulheres na profissão médica não é proporcional a sua remuneração.

Numa pesquisa [18], vê-se que, na menor faixa de salário, que vai até R$ 8 mil, estão 27,9% das mulheres. Nessa mesma faixa, os homens são 14,1%. Na segunda menor faixa, de R$ 8 mil a R$ 12 mil, as mulheres são 29,4% contra 17% dos homens. Já na faixa salarial mais alta — de R$ 24 mil ou mais —, estão 20,1% dos homens e 4,4% das mulheres. Por outro lado, há controvérsias sobre isso, uma vez que as mulheres preferem o setor público ao privado [19], onde o lucro é menor. “As mulheres trabalham tanto quanto aos homens em relação ao número de vínculos de trabalho e à carga horária, mas elas têm menor remuneração e estão menos presentes em diversas especialidades médicas. É preciso compreender e reverter as desigualdades de gênero que existem também na medicina”, alerta Scheffer.

Um outro artigo, publicado recentemente na British Medical Journal, demonstra que também há uma discrepância salarial significativa entre médicos dos Estados Unidos [19].

A feminização das áreas do conhecimento é vista não apenas na medicina, mas também em outras áreas. “No último ano do decênio, do total aproximado de 6 milhões de matrículas, 3,4 milhões foram de mulheres, contra 2,7 milhões do sexo oposto. Na conclusão dos estudos, 491 mil alunas formaram-se, enquanto 338 mil homens terminaram seus cursos em 2013. Essa forte presença feminina está mais atrelada aos cursos de humanas. No ano de 2011, por exemplo, 64% dos bolsistas do CNPq na área de ciências exatas e da terra eram homens; em engenharia e computação, 66%” [20].

Conquanto isso esteja acontecendo, acho que já deve ter ficado claro em meu texto que o problema em si não é a quantidade relativa de homens e mulheres que importa, mas sim o que ela significa. “Mas não poderíamos pensar que os homens estariam sendo mais competentes do que as mulheres, logo, encontrariam mais espaço?”. É possível pensar isso, mas há estudos que nos forçam a colocar um pé atrás, a exemplo do que já foi supracitado e fez-me apertar o gatilho para escrever este texto. Nele, faz-se um experimento a duplo-cego mandando currículos exatamente iguais para seleções de cargo de gerentes de laboratório em universidades de bom renome em pesquisa [21], mas, algumas vezes, o currículo era tomado por homens; outras, por mulheres. Foi visto, no final, que as mulheres eram, em maior parte, vistas como menos competentes, por mais que o currículo tenha sido o mesmo que o dos homens.

Um outro artigo [22] analisou 679.338 artigos de engenharia publicados entre 2008 e 2013 com cerca de 974.837 autores. Foi demonstrado que os homens dominam 80% das produções científicas na engenharia, mas as mulheres publicam seus artigos em jornais com maiores Fatores de Impacto. Mesmo assim, elas recebem menos citações que os homens.

Efeito Matilda

O Efeito Matilda foi primeiramente descrito por Margaret Rossiter em 1993 e retrata, basicamente, homens que tomam todo o reconhecimento de um trabalho científico quando, na verdade, mulheres que o fizeram. É algo que tem sido documentado há muito tempo na academia e é semelhante ao Efeito Matthew, descrito por Robert K. Mertonsegundo o qual cientistas mais renomados tendem a receber mais crédito por suas pesquisas do que os menos renomados, independentemente da qualidade delas [24].

Alguns exemplos do Efeito Matilda foram:

TROTULA – Médica italiana dos séculos XI e XII, autora de trabalhos que, depois de sua morte, foram atribuídos a autores homens.

ROSALIND FRANKLIN: Cristalógrafa de raios-X Reconhecida, agora, como uma das principais responsáveis pela descoberta da estrutura do DNA. Francis Crick, Mauricie Wilkins e James Dewey Watson, porém, ganharam o prêmio Nobel por suas contribuições para o mesmo conteúdo, mas o trabalho de Franklin não foi creditado.

MARTHE GAUTIER: É reconhecida, agora, por seu importante papel na descoberta da anormalidade cromossômica que causa a Síndrome de Down, quando, antes, era atribuída unicamente a Jerôme Lejeune.

NETTIE STEVENS: seus estudos demonstraram que o sexo de um organismo é determinado pelos cromossomos, e não por fatores ambientais, como se era pensado. Essa foi a primeira vez que alguém fez isso, no entanto, Thomas Hunt Morgan é quem é normalmente creditado por essa descoberta. As contribuições de Stevens para os trabalhos de Morgan são, frequentemente, ignoradas.

BETTY JEAN JENNINGS BARTIK, KATHLEEN MCNULTY MAUCHLY ANTONELLI, RUTH LICHTERMAN TEITELBAUM, FRANCES BILAS SPENCE, MARLYN WESCOFF MELTZER E BETTY SNYDER HOLBERTON: Essas seis mulheres foram contratadas pelo governo americano para programar o primeiro computador digital totalmente eletrônico dos Estados Unidos, o ENIAC. Sem nenhuma ferramenta ou linguagem formal, elas criaram uma máquina que poderia realizar cálculos complexos 10 mil vezes mais rapidamente que outra máquina da época. No entanto, não são reconhecidas por esse trabalho.

LISE MEITNER: física austríaca que trabalhou junto com Otto Hahn na descoberta da fissão nuclear do urânio. Otto Hahn ganhou o prêmio Nobel de Química em 1944 sozinho e Meitner estava presente apenas em uma pequena parte no discurso de Hahn, por mais que o feito tenha sido de ambos.

MARIETA BLAU: Responsável pela criação da emulsão nuclear e da criação de um melhor método para estudar as reações provocadas por raios cósmicos. Erwin Schrödinger a indicou ao Prêmio Nobel de Física em 1950, mas o seu trabalho foi totalmente creditado a Cecil Frank Powell.

JOCELYN BELL: descobriu os pulsares quando era apenas uma estudante de pós-graduação. Esse é um caso de ambos os Efeitos citados, Matthew e Matilda, pois Antony Hewish, seu supervisor, foi citado como o primeiro autor do artigo, enquanto o de Bell ficou como o segundo. Além disso, Bell teve a responsabilidade de monitorar, sozinha, um dos primeiros radiotelescópios e escaneou, durante muitos anos, a natureza dos sinais de rádio do espaço, e foi assim que fez a descoberta. Durante o final dos anos 60, seu feito foi extremamente importante para campos da astronomia e muitos físicos começaram a seguir as recomendações de Bell, descobrindo mais pulsares. No entanto, o prêmio Nobel de Física em 1974 reconheceu contribuições de Hewish e Martin Ryle, desenvolvedor do radiotelescópio. Contudo, Iosif Shklovsky, durante a Assembleia Geral de União Internacional de Astronomia: “Senhora Bell, você fez a maior descoberta astronômica do século XX”.

FRIEDA ROBSCHEIT-ROBBINS: Conduziu estudos sobre o uso de tecidos do fígado no tratamento de anemia perniciosa, mas o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina foi encaminhado para Gorge Whipple, George Richards Minot e William P. Murphy.

CHIEN-SHIUNG WU: Em 1956, os físicos Tsung-Dao Lee e Chen Ning Yang previram a violação das Leis de Paridade em interações fracas e sugeriram um possível experimento para verificar isso, sendo um trabalho crucial para a descoberta de partículas elementares. Chien-Shiung Wu, então, realizou tal experimento e demonstrou que tal violação era proveniente do beta-decaimento. No entanto, o prêmio Nobel de Física de 1957 foi admitido apenas para os homens. Só em 1987, Chien-Shiung Wu recebeu o reconhecimento de seu trabalho.

ESTHER LEDERBEG: Os microbiologistas Joshua Lederberg e sua esposa Esther Lederberg, junto com Edward Tatum e George Beadle, desenvolveram um método de transferência de colônicas de bactérias de uma placa de petri para outra, algo vital para o entendimento de resistências a antibióticos. No entanto, Ester Lederbeg não teve seu reconhecimento quando os outros pesquisadores ganharam o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1958. Em adicional, ela também não recebeu reconhecimento pela descoberta do Fago Lambda e por seus estudos no fator F de fertilidade, que criou bases para pesquisas em genética microbiana.

Mulheres que fizeram sucesso na ciência

Com tudo o que foi falado, é possível observar que não apenas a porcentagem de mulheres e homens em determinados locais é diferente, mas que essa relação é intrínseca ao preconceito de gênero existente em nossa sociedade. Sendo assim, é de obrigação acadêmica abordar esse assunto dentro das universidades, para tornar um meio harmônico, agradável e propenso à produção de conhecimento sem discriminações. Assim, é provável que haja a anulação de tal preconceito e as mulheres sejam cada vez mais incentivadas a seguirem o que quiserem sem sofrerem consequência por suas escolhas.

Por fim, gostaria de citar algumas mulheres que fizeram história na ciência mas que poucos conhecem seu trabalho ou poucas são citadas. Porém, antes disso, queria avisar que seus nomes, assim como ocorreu nos exemplos do Efeito Matilda, e sua descrição estão colocadas abaixo sem fonte pelo fato de que eu fiz tal seleção para postar em meu Facebook, de modo que achei que as referências não precisariam ser colocadas; porém, caso haja algo errado, indiquem-me e eu corrigirei).

MARGARET HAMILTON: Popularizou a Engenharia de Softwares.

TAPPUTI: Considerada a primeira química do mundo, existiu na Mesopotâmia a cerca de 1200 anos a.C..

MARIE CURIE: Pioneira no estudo da radioatividade e ganhou um prêmio Nobel por isso.

MARIA GOEPPERT-MAYER: Segunda mulher a ganhar o prêmio Nobel, depois de Marie Curie, por ter desenvolvido um modelo matemático explicando por que certos números de núcleons (prótons e nêutrons) tornam um núcleo, em si, estável.

HIPÁTIA DE ALEXANDRIA: A primeira mulher matemática documentada, contribuindo para o mapeamento celeste e, supostamente, tendo sido a inventora do hidrômetro.

EMMY NOETHER: Considerada por Albert Einstein a maior matemática de todos os tempos na época. Por meio de um teorema, ela relacionou a simetria na natureza com as leis de conservação de energia. Também foi professora em diversos locais e teve contribuições para a topologia e para a álgebra abstrata.

INGE LEHMANN: Geofísica que descobriu que a Terra tem um núcleo sólido circundado por um antro derretido.

CECILIA PAYNE-GAPOSCHKIN: Astrônoma que elaborou uma tese para explicar a composição das estrelas com base na abundância de hélio de de hidrogênio em tais. Em sua vida, analisou mais de 1 milhão de estrelas e é considerada como a mulher pioneira na astronomia na universidade da Harvard, o que abriu espaço para que mais outras pudessem entrar na área. Outra coisa legal é que ela nasceu em 10 de Maio, mesmo dia que eu.

JOANNE SIMPSON: Meteoróloga que atuou na área de meteorologia tropical, sendo professora de inúmeras universidades federais nos Estados Unidos.

GERTRUDE B. ELION: Ganhou, junto com George H. Hitchings e Sir James Black o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por ter desenvolvido uma variedade de drogas, usando métodos inovadores de pesquisa que, mais tarde, levaram ao desenvolvimento do AZT, que age sob o vírus HIV.

MARY SOMMERVILLE: A primeira membro mulher da Sociedade Real de Astronomia, desempenhou um papel crucial na descoberta do planeta Netuno.

ADA LOVELACE: Pioneira na área de programação, aparentemente, a primeira a fazer com que um algoritmo fosse “implantado” em uma máquina.

MARIA MONTESSORI: Física e educadora que propôs uma forma de educar que, até hoje, leva seu nome: “método Montessori” ou “educação Montessori”.

MARY CARTWRIGHT: Matemática que, com J. E. Littlewood, foi a primeira a analisar um sistema dinâmico com caos, além de simplificar a prova elementar de Hermite’s de que o número pi é irracional.

ELLEN SWALLOW RICHARDS: Pioneira na engenharia sanitária e na pesquisa experimental nas ciências domésticas, sendo criadora da “economia doméstica”. Além disso, também foi a primeira a aplicar a química para estudar a nutrição.

DEBORAH S. JIN: Pioneira na química quântica de moléculas polarizadas, sendo a primeira, com a ajuda de sua equipe, a produzir um condensado fermiônico.

ANNIE JUMP CANNON: Criou, com Edward C. Pickering, o primeiro sistema a classificar as estrelas com base em suas temperaturas.

HENRIETTA SWAN LEAVITT: Astrônoma que descobriu a relação da luminosidade com o período de estrelas Cefeidas (“supergigantes amarelas” ou, simplesmente, “gigantes”), que ocupa a “faixa de instabilidade” no diagrama de Hertzprung-Russel (quem quiser saber o que é esse diagrama, pode perguntar no bate-papo ou pesquisar no Google mesmo).

RITA LEVI-MONTALCINI: Neurocientista ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por suas descobertas acerca do fator de crescimento nervoso.

CHRISTIANE NÜSSLEIN-VOLHARD: Ganhou um prêmio Nobel junto com Eric Wieschaus and Edward B. Lewis por suas pesquisas sobre o controle genético no desenvolvimento embrionário.

JANE GODALL: Etologista, primatologista e antropologista considerada como a principal estudiosa de chimpanzés no mundo hoje em dia, fazendo-o por 55 anos.

LISA RANDALL: Física que, entre suas diversas contribuições para os estudos da cosmologia, matéria-negra, super-simetria, etc., desenvolveu o modelo Randall–Sundrum, que admite o mundo real como um universo de diversas dimensões regido pela geometria em deformações.

Provavelmente, esqueci de alguma, então, peço desculpas desde então.

Referências

Como eu não sou maluco, não coloquei as referências nas normas da ABNT. Então, os links de acordo com os números colocados no artigo estão abaixo.

  1. http://iheu.org/
  2. http://cdp.sagepub.com/content/24/4/304.full
  3. https://en.wikipedia.org/wiki/Hjernevask
  4. https://www.psychologytoday.com/blog/hope-relationships/201402/brain-differences-between-genders
  5. http://www.livescience.com/41619-male-female-brains-wired-differently.html
  6. http://www.sciencemag.org/news/2015/11/brains-men-and-women-aren-t-really-different-study-finds
  7. http://sites.nationalacademies.org/PGA/cwsem/PGA_049131
  8. http://psi.sagepub.com/content/15/3/75.full?ijkey=/rLBbJMggBVeg&keytype=ref&siteid=sppsi%2520
  9. http://www.ams.org/notices/200810/fea-gallian.pdf
  10. https://www.nap.edu/catalog/11741/beyond-bias-and-barriers-fulfilling-the-potential-of-women-in
  11. http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.370.3979&rep=rep1&type=pdf
  12. http://anpof.org/portal/images/Documentos/ARAUJOCarolina_Artigo_2016.pdf
  13. http://www.usp.br/agen/wp-content/uploads/DemografiaMedica30nov2015.pdf
  14. http://www.crmpr.org.br/Mulheres+ja+sao+maioria+em+quatro+das+seis+especialidades+basicas+11+21251.shtml
  15. http://www.cremesp.org.br/siteAcao=CentroDados&acao=detalhes_capitulos&cod_capitulo=2
  16. http://www.journalacs.org/article/S1072-7515(13)01215-5/abstract
  17. http://www.ufrgs.br/cedcis/Genero.pdf
  18. http://www.usp.br/agen/?p=225451
  19. http://www.bmj.com/content/353/bmj.i2923
  20. http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/03/mulheres-sao-maioria-no-ingresso-e-na-conclusao-de-cursos-superiores
  21. http://www.pnas.org/content/109/41/16474.abstract
  22. http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0145931
  23. http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.370.3979&rep=rep1&type=pdf
  24. https://moodle.med.lu.se/pluginfile.php/65697/mod_resource/content/1/The%20Matthew%20and%20Matilda%20effects%20-%20Diana%20Grajales%20Abellan.pdf
  25. https://en.wikipedia.org/wiki/Matilda_effect

Bônus

  • Prêmio Nobel renuncia a cargo em universidade britânica após comentários sexistas”: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/06/premio-nobel-renuncia-a-cargo-em-universidade-britanica-apos-comentarios-sexistas.html
Josikwylkson Costa Brito

Josikwylkson Costa Brito

Olá, meu nome é Josikwylkson Costa Brito e nasci na cidade de Campina Grande, na Paraíba, onde moro atualmente. Tenho 21 anos, estou no quinto ano do curso de medicina e publico textos de cunho científico ou filosófico no Universo Racionalista.