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Dicas úteis para a elaboração de um texto científico [Parte 02]

Esta é a segunda parte de uma série de textos onde eu apresento as principais ferramentas disponíveis (pelo menos as que encontrei) para auxiliar na elaboração dos trabalhos escolares e de artigos científicos.

A primeira parte apresentou ferramentas básicas de pesquisa e formatação de textos, bem como uma ferramenta de contagem de palavras. Esta segunda parte irá conter ferramentas também de uso simples, mas menos requisitadas. O foco deste conjunto é, além da busca de material, o auxilio na hora da escrita coletiva.

  1. Google Acadêmico

Sim, olha o Google aqui de novo. Não há como negar que dependemos muito dele atualmente, principalmente quando ele não para de lançar ferramentas úteis. O Google Acadêmico é uma ferramenta de busca voltada para de textos de caráter científico.

Ao fazer uma pesquisa (que aceita os comandos do Google) os resultados são ordenados por quantidade de citações, que no meio científico serve de indicador de confiabilidade e relevância dos textos. Assim ao basear seu texto em algum deles você trabalha com bases confiáveis e sólidas. Outra coisa é a procedência da sua fonte. Não será abordado aqui mas o Universo Racionalista já possui uma ótima lista com revistas científicas de qualidade duvidosa.

Ao clicar nestas citações abrem todos os outros textos que citaram o mesmo autor. Isso nos ajuda pois se o texto original não estiver disponível podemos ter acesso a um texto (com muitas citações) que cita o que te interessa. Os textos disponíveis possuem o link do pdf logo ao lado do resultado da busca.

Outra vantagem do Google Acadêmico é que ele possui uma ferramenta que auxilia na hora de fazer suas referências bibliográficas (basta copiar e colar).

Por fim você pode ir salvando as respostas que foram mais interessantes (quando estiver usando o celular, por exemplo).

  1. Escrevendo trabalhos em conjunto

Este é um problema recorrente. A velha tática de cada um escrever um tópico do trabalho usualmente dá terrivelmente errado. Para burlar este problema uma solução simples e fácil é utilizar um programa que permita edição simultânea em um arquivo de texto.

São muitas as opções disponíveis na internet mas a que mais me agrada é (adivinha?) o Google Docs (é a última vez que eu cito o Google, juro). Permite edição simultânea, dá acesso ao que foi editado, mostra o que foi escrito por quem, a interface é padrão, quase todas as ferramentas úteis são acessíveis e, o melhor de tudo, é fácil de exportar para o formato .doc e .docx.

Depois de todos escreverem o trabalho e revisarem o texto em geral basta alguém mandar para o seu editor de texto e verificar se não ocorreu nenhum problema na formatação. Falando em editores de texto (para quem curte opções pagas) existe a disponibilidade do mesmo serviço de colaboração através do pacote Office 365.

  1. Melhorando as configurações de leitura (2)

Junto com a densidade das palavras se encontra o teste de legibilidade. Tal teste é uma ferramenta estatística e matemática para tentar prever o quão difícil será a leitura de um texto.

O resultado obtido é aproximado do tempo, em anos, que uma pessoa precisa ter estudado de forma a entender o assunto do texto. Para fazer o teste copie seu texto e cole ele (da introdução até a conclusão) no Readability Score.

Confira, na lateral da caixa onde você colou o seu texto, o campo Average Grade Level. O texto de nota até quatro é muito fácil, de quatro a nove é um texto fácil, um texto com nota entre 10 e 12 indicam um texto mediano, acima de 12 até 20 são textos difíceis, acima de 20 são textos extremamente difíceis.

O maior problema é que o inglês é uma língua mais fácil que o português e em nossa linguagem é mais comum a existência de palavras polissílabas. Para encontrar um paralelo basta utilizar também uma ferramenta desta medida em espanhol (não encontrei nenhuma eficiente).

Em posse desta informação você pode tentar simplificar seu texto. Para isso basta reduzir o número de palavras por frase, o número de frases por paragrafo e a quantidade de palavras com muitas silabas.

  1. Verificando alterações de terceiros

Quer uma ferramenta rápida para estudo das alterações de um texto feitas por um revisor (amigo, orientador)? Você pode recorrer a sites que comparam os conteúdos dos mesmos. O melhor site que encontrei foi o DiffChecker. Simples e intuitivo.

Outra solução, mais prática até, é utilizar o sistema de comparação de arquivos do próprio editor de textos. Eles oferecem diversas opções de comparação de versões de texto.

Uma última dica é aprender a utilizar as ferramentas de comentário e controle de alterações. Com isso você pode, além de trabalhar em cima de uma versão final de seu texto, auxiliar os colegas com suas revisões (pois suas alterações e comentários mostram onde você alterou).

  1. Formatação automática do ABNT (2)

Essa dica bem poderia estar na primeira versão deste texto. Estou adicionando-a aqui pela praticidade que oferta em comparação ao FastFormat. O Monografando é uma software de edição de texto que auxilia na hora de escrever seu texto de acordo com o que rege a norma ABNT.

Basta copiar e colar os textos nos campos corretos, abrir campos para cada capítulo, citação e tudo mais. É uma ferramenta bem prática. A vantagem que ele possui sobre o FastFormat é que ele permite a exportação no formato “RTF”, que pode ser editado pela maioria dos editores de textos disponíveis na internet.

Atualmente o site oficial não disponibiliza o download do mesmo, pois afirma que uma nova versão em breve será lançada. Mas ainda é baixar o mesmo através deste link.

Este programa possui algumas desvantagens, que podem ser facilmente superadas. Ele apresenta um bug quando os textos superam a margem de setenta páginas, outras vezes ele “buga” na hora da exportação do texto. Então, para evitar problemas, escreva primeiro o seu trabalho e apenas depois o insira neste aplicativo.

Extra: Não sabe como começar?

Se você tem dificuldade de saber por onde vai começar a escrever um texto ou é muito perfeccionista o Blind Write pode ser uma solução. O site te pergunta o tema e quanto tempo você quer escrever sobre um assunto. E daí você escreve, só.

O diferencial é que ele não permite que você leia o que você escreveu. Com isso você não fica amarrado à forma e deixa o que você quer escrever fluir. Acabado o tempo você pode exportar o que escreveu para trabalhar em cima do seu script. Vale a pena tentar nos momentos de pouca inspiração.

Tâmisson Santos Reis

Tâmisson Santos Reis

Graduado em Direito e Graduando em Matemática. Em relacionamento sério com a leitura, e casos de adultério com a procrastinação.