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Surpreendentemente, a vida na Terra pode ter vindo de fora

Por Anne M. Stark
Publicado no Lawrence Livermore National Laboratory

Na Terra primitiva, o ambiente não era muito hospitaleiro quando a vida começou a surgir. A nova pesquisa mostra que a vida na Terra poderia ter vindo de fora.

O cientista Nir Goldman, de Lawrence Livermore, e seu colega Isaac Tamblyn, do Instituto de Tecnologia da Universidade de Ontario (um antigo pós-doutorando em LLNL), descobriram que cometas gélidos, os quais atingiram a Terra milhões de anos atrás, podem ter produzido compostos orgânicos formadores de vida, incluindo os blocos de construção das proteínas e nucleotídeos componentes de DNA e RNA..

Os cometas contém uma variedade de moléculas simples, tais como a água, amoníaco, metanol e dióxido de carbono, e um evento de impacto com uma superfície planetária iria fornecer uma fonte abundante de energia para conduzir reações químicas.

“O fluxo de matéria orgânica para a Terra através de cometas e asteroides durante os períodos de intenso bombardeio podem ter sido tão alto quando 10 trilhões de quilogramas por ano, entregando a várias ordens de magnitude maior da massa de matéria orgânica do que o que provavelmente preexistia no planeta”, disse Goldman.

O trabalho anterior de Goldman é baseada em modelos de computação intensiva, que, no passado, só poderiam capturar 10-30 picossegundos de um evento de impacto de cometas. No entanto, novas simulações, desenvolvidos em supercomputadores na LLNL Rzcereal e asteca, Goldman usou modelos muito mais computacionalmente eficientes e foi capaz de capturar centenas de psicossegundos dos impactos – muito mais perto do equilíbrio químico.

“Como resultado, observamos uma diferente e ampla gama de produtos químicos de hidrocarbonetos que, no momento do impacto, poderia ter criado material orgânico que eventualmente levou à vida”, disse Goldman.

Cometas podem variar em tamanho de 1,6 quilômetros até 56 quilômetros. Os cometas que passam através da atmosfera da Terra são aquecidos externamente, mas permanecem resfriados internamente. Com o impacto com a superfície do planeta, uma onda de choque é gerada devido à compressão súbita. As ondas de choque podem criar pressões súbitas, intensas temperaturas, que poderiam afetar as reações químicas dentro de um cometa antes que dele interagir com o meio ambiente planetário. Uma colisão oblíqua, onde um corpo gelado extraterrestre impacta uma atmosfera planetária com um golpe de raspão poderia gerar condições termodinâmicas favoráveis à síntese orgânica. Esses processos podem resultar em concentrações significativas de espécies orgânicas, sendo entregues à terra.

A equipe descobriu que as pressões de choque moderado e temperaturas (cerca de 360 mil atmosferas de pressão e 4.600 graus Fahrenheit) em uma mistura de gelo rica em dióxido de carbono produziram uma série de heterocíclicos nitrogenados, que dissociam para formar hidrocarbonetos aromáticos funcionalizados em expansão e resfriamento. Estes são considerados precursores pré-bióticos de pares de bases de DNA e RNA.

Por outro lado, as condições de choque mais elevadas (cerca de 480 mil para 600 mil atmosferas de pressão e 6.200 – 8.180 graus Fahrenheit) resultaram na síntese de metano e formaldeído, bem como algumas moléculas de carbono de cadeia longa. Estes compostos são conhecidos por atuar como precursores para a síntese de aminoácidos e complexos orgânicos. Todas as simulações de compressão de choque nessas condições produziram quantidades significativas de novos compostos simples, como carbono-nitrogênio em expansão e resfriamento, que são conhecidos como precursores pré-bióticos.

“Impactos de cometas poderiam resultar na síntese de moléculas prebióticas, sem a necessidade de outras condições ‘especiais’, como a presença de catalisadores, radiação UV ou condições especiais preexistente num planeta”, disse Goldman. “Estes dados são fundamentais para compreender o papel dos eventos de impacto na formação de compostos de construção da vida na Terra primitiva e em outros planetas e na orientação futura em experimentos nessas áreas”.

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Divulgador Científico há mais de 10 anos. Fundador do Universo Racionalista. Consultor em Segurança da Informação e Penetration Tester. Pós-Graduado em Computação Forense, Cybersecurity, Ethical Hacking e Full Stack Java Developer. Endereço do LinkedIn e do meu site pessoal.