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O Grande Colisor de Hádrons refutou a existência de fantasmas?

Por Ross Pomeroy
Publicado no Real Clear Science

O Grande Colisor de Hádrons (LHC) talvez seja parte da experiência científica mais incrível do mundo. Um colisor da partículas de dezessete milhas de circunferência, que acelera prótons com velocidades próximas à da luz e os chocam. Cientistas de todo o mundo assistem ao derby de demolição subatômico e registram o que acontecem. Até agora, eles testemunharam a descoberta de plasma de quarks-glúons (a matéria mais densa já encontrada fora dos buracos negros), encontraram evidências contra a supersimetria e descobriram o bóson de Higgs, um resultado que rendeu o prêmio Nobel de física.

Grande parte do público em geral não deve estar ciente destas fascinantes, ainda infelizmente, exóticas descobertas no LHC. A física de partículas não inspira tanto interesse como a ideia de fantasmas. De quatro a cada dez americanos acreditam em fantasmas, e ainda é altamente provável que a maioria não esteja ciente da existência do LHC. Na mesma nota, pelo menos um físico assegura que o LHC, de fato, refutou a existência de fantasmas.

O físico em questão é Brian Cox, que é membro avançado da área de física de partículas na Universidade de Manchester e divulgador científico na Grã-Bretanha. Em uma transmissão recente para a BBC Radio Four The Infinite Monkey Cage, centrada em torno da ciência e do paranormal, Cox disse isso:

“Antes de fazer a primeira pergunta, eu quero fazer uma declaração: Não estamos aqui para debater a existência de fantasmas, porque eles não existem.”

E continua:

“Se quisermos que algum tipo de padrão que transporte informações sobre nossas células vivas persista, então precisamos especificar exatamente qual meio carrega esse padrão e como ele interage com as partículas de matéria a partir das quais os nossos corpos são feitos. Temos que, em outras palavras, inventar uma extensão para o Modelo Padrão de Física de Partículas que escapou à detecção no Grande Colisor de Hádrons. Isso é quase inconcebível nas escalas de energia típicas das interações de partículas em nossos corpos.”

O astrofísico Neil deGrasse Tyson, que também estava no programa, pressionou Cox para esclarecer sua declaração.

“Se eu entendi bem, o que você acabou de declarar foi que o CERN, o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, refutou a existência de fantasmas.”

“Sim”, replicou Cox.

“Se há algum tipo de substância que está conduzindo nossos corpos, fazendo com que meus braços e pernas se movam, então ela deve interagir com as partículas das quais nossos corpos são feitos. E vendo como fizemos medições com alto grau de precisão na forma como as partículas interagem, então a minha afirmação é de que não pode existir qualquer coisa como uma fonte de energia que esteja dirigindo os nossos corpos.”

Embora existam inúmeras explicações científicas que efetivamente refutam a existência do paranormal, a declaração do físico é nova. E faz sentido. Se os fantasmas estiverem interferindo no mundo físico, então certamente seus rastros seriam detectados pelos físicos. Sem surpresa, isso ainda não aconteceu.

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Divulgador Científico há mais de 10 anos. Fundador do Universo Racionalista. Consultor em Segurança da Informação e Penetration Tester. Pós-Graduado em Computação Forense, Cybersecurity, Ethical Hacking e Full Stack Java Developer. Endereço do LinkedIn e do meu site pessoal.