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NASA confirma evidências que a água líquida flui atualmente em Marte

Publicado na NASA

Novas descobertas do Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA fornecem a evidência mais forte de que a água líquida flui de forma intermitente na atual Marte.

Usando um espectrômetro de imagem do MRO, os pesquisadores detectaram assinaturas de minerais hidratados em encostas onde as raias misteriosas são vistas no Planeta Vermelho. Essas estrias escuras parecem ter movimentos de fluxo e refluxo ao longo do tempo. Elas escurecem e parecem fluírem para baixo em encostas íngremes durante as estações quentes e, em seguida, desaparecem em estações mais frias. São visíveis em vários locais de Marte quando as temperaturas estão acima de menos -23 °C, e desaparecem em tempos mais frios.

“Nossa missão em Marte tem sido a de ‘seguir a água’, em nossa busca por vida no universo e agora temos a ciência convincente que valida o que temos suspeitado por muito tempo”, disse John Grunsfeld, astronauta e administrador-associado do Diretório de Missões Científicas da NASA em Washington. “Este é um desenvolvimento significativo, já que aparece para confirmar que a água – embora salgada – está fluindo hoje sobre a superfície de Marte”.

Estes fluxos de declive, muitas vezes têm sido descritos como possivelmente relacionados a água em estado líquido. As novas descobertas de sais hidratados em córregos do planeta apontam essa relação com estas características escuras nas encostas. Os sais hidratados iriam baixar o ponto de solidificação de uma solução salina líquida, assim como o sal em estradas aqui na Terra fazem o gelo e a neve derreterem mais rapidamente. Os cientistas dizem que é provável que um fluxo de subsuperfície rasa de água seja absorvido para a superfície, explicando o escurecimento.

As observações do espectrômetro mostram assinaturas dos sais hidratados em vários locais desses fluxos, mas apenas quando as características escuras eram relativamente amplas. Quando os pesquisadores analisaram os mesmos locais em que os fluxos não eram tão extensos, eles não detectaram nenhum sal hidratado.

Lujendra Ojha, do Instituto de Tecnologia da Geórgia (Georgia Tech) em Atlanta, principal autor de um relatório sobre esses resultados publicados em 28 de setembro pela revista Nature Geoscience, e seus co-autores interpretam as assinaturas espectrais como causadas por minerais hidratados chamados percloratos. Os sais hidratados mais consistentes com as assinaturas químicas são provavelmente uma mistura de perclorato de magnésio, clorato de magnésio e perclorato de sódio. Alguns percloratos são conhecidos por impedir líquidos de congelarem mesmo quando as condições são tão frias ou menores que -70 °C. Na Terra, percloratos produzidos naturalmente estão concentrados em desertos e alguns tipos de percloratos podem ser utilizados como combustível para foguetes.

Percloratos foram previamente vistos em Marte. A sonda Phoenix e o rover Curiosity da NASA encontraram percloratos no solo do planeta e alguns cientistas acreditam que as missões Viking na década de 1970 mediram assinaturas desses sais. No entanto, este estudo dos fluxos detectaram percloratos, agora em forma hidratada, em diferentes áreas do que aquelas exploradas pelas sondas. Esta é também a primeira vez que percloratos foram identificados a partir da órbita.

O MRO tem analisado Marte desde 2006, com os seus seis instrumentos científicos.

Para Ojha, as novas descobertas são mais uma prova de que as linhas misteriosas que viu pela primeira vez escurecendo em encostas marcianas há cinco anos são, de fato, água.

A descoberta é a mais recente de muitas por missões NASA em Marte.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.