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Fenômeno Natural – Raio Anticrepuscular

A imagem mostra o registro de um fenômeno intrigante e belíssimo. Intrigante, porque o Sol encontra-se em oposição ao que parece ser a fonte de luz na imagem. Isso mesmo, o Sol não está se pondo atrás do horizonte na imagem. Ele está se pondo, mas do lado oposto e, por isso, se dá o nome de anticrepúsculo a esse fenômeno.

Eventualmente, quando o Sol está se pondo (ou nascendo) vemos raios solares que atravessam o céu entre nuvens e, como são paralelos, os raios solares formam imensos feixes de luz rasgando o céu em linha reta. São os raios crepusculares.

Os raios luminosos da foto a baixo (imagem em 180º) são produzidos da mesma maneira, mas, no entanto, devido o formato esférico da atmosfera acima de nossas cabeças, vemos esses raios – que sempre viajam em linha reta – projetarem arcos de luz no céu e, para nós observadores, os raios aparecem convergindo para um ponto diretamente oposto a fonte, formando o fenômeno chamado de raios anticrepusculares. Dependendo do ponto de vista, os raios se mostram como se fossem emitidos do ponto diretamente oposto à sua fonte real (o Sol) provocando um fenômeno belo e estranho.

Crédito da imagem: Tom J. Martinez. Anticrepuscular Rays over Cleveland, Mussouri, EUA, 2003.
Crédito da imagem: Tom J. Martinez. Anticrepuscular Rays over Cleveland, Mussouri, EUA, 2003.

Os raios de luz que chegam a Terra ao atravessarem a atmosfera sofrem um processo chamado de atenuação atmosférica onde são espalhados, absorvidos e refletidos. As nuvens exercem um papel fundamental na atenuação dos raios solares. O que vemos nesse fenômeno, é parte desse processo de atenuação atmosférica. Vemos os feixes de luz bem definidos pela delimitação provocada pela sombra formada pela absorção da luz pelas nuvens (pequenos pedaços de nuvens muito espessas ou profundas absorvem boa parte da luz incidente). Assim, a impressão de uma fonte de luz intensa na atmosfera e oposta à posição do Sol no céu – os raios anticrepusculares – é causada pela decorrência da dispersão dos raios do Sol entre nuvens somado ao efeito provocado pela camada de ar em formato esférico acima de nossas cabeças. Intrigante não!

Abaixo, segue um link (extraído da pagina da Climatologia Geográfica) de um vídeo impressionante da ocorrência desse fenômeno:

Informações divulgadas na Astronomy Picture of the Day e Atmospheric Optics.

Roque Magalhães

Roque Magalhães

Físico, desenvolvendo projeto de pesquisa de mestrando em Energias Renováveis pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Sou investigador e pensador livre de preconceitos. Agnóstico, amante de boa musica, duma guitarra afinada e um bom Overdrive! “De um jeito ou de outro, a ciência e o Rock and Roll prevalecem!”